sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Daniel Bettencourt _ Abstract

     Antigamente as construções eram pensadas “in situ”, com o arquitecto a fazer parte da equipa de obra - construtor principal (mestre de obras) – e o edifício era construído segundo um desenho idealizado pelo arquitecto, confiando nos especialistas da altura para que esse se sustenha, sendo a própria construção autoportante. Quero com isto dizer que não era calculada a estrutura do edifício, que não se sabia ao certo se as estruturas a construir se conseguiriam “aguentar” – exemplo disso foram as obras no Mosteiro dos Jerónimos, em que uma torre projectada por dois arquitectos italianos desmoronou, causando a morte a dez operários.
    Actualmente é possível calcular e prever o desempenho do edificado em várias vertentes , desde o cálculo da estrutura, deão desempenho acústico, da iluminação, da térmica, da ventilação, entre outros. O objectivo do estudo aqui proposto passa por tentar perceber até que ponto se pode “conhecer” o edifício que se projecta, antes mesmo de este se encontrar construído. Para este conhecimento prévio do edifício existem inúmeras ferramentas como a modelação tridimensional que, cruzada entre diversas especialidade, informam a obra, prevendo incompatibilidade e analisando o  comportamento futuro do edifício.
     “Até que ponto podemos prever o desempenho futuro dos edifícios que projectamos?” Seria uma questão a desenvolver, mas em conjunto com outra que seria “Até que ponto o edifício pode conhecer o seu habitante e optimizar o seu desempenho?”. Ou seja, até que ponto o edifício pode ser “inteligente” o suficiente para ir conhecendo os hábitos de quem o habita, tomando como exemplo para o estudo o novo termóstato da Nest1, desenvolvido por Tony Fadell (ex-vice presidente da apple), que aprende os hábitos diários dos habitantes de uma casa para depois regular a temperatura certa para cada condição climatérica, fazendo poupar imensa energia tanto no inverno como no verão, pois a diferença de apenas 1ºC no arrefecimento ou no aquecimento de um espaço pode constituir um poupança de 5% na factura de energia gasta num mês.
     O estudo pretende explorar mais hipóteses dessa “inteligência artificial” para além da climatização, tentando perceber onde se pode aplicar e os benefícios que nos pode trazer.
Sendo assim o estudo pretende explorar a dupla questão:

“Até que ponto podemos conhecer os edifícios que projectamos?”
“Até que ponto o edifício projectado pode conhecer o seu habitante?”

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