Objectivos
É objectivo deste Laboratório a investigação sobre processos tecnológicos construtivos e digitais que, em complemento, constituam ferramentas para a intervenção em arquitectura.
No âmbito do tema geral de PFA – Mundo Novo – procurar-se desenvolver investigação que vá de encontro à ideia de inovação e tecnologia como suporte para a realidade atual da sociedade no geral e da arquitetura no particular. Pretende-se que neste laboratório se desenvolvam temas de investigação que explorem soluções arquitetónicas que façam uso de tecnologias digitais e soluções construtivas que façam também uso da componente digital para otimizar ou permitir processos de fabrico.
A tecnologia poderá ser aqui entendida no sentido de uma tecnologia digital high-tech afastada das lógicas naturais e substituindo estas, ou numa vertente também high-tech mas apoiada nas lógicas naturais e no biomimetismo. Uma lógica mais ligada puramente à natureza de um modo low-tech pode também ser explorado neste laboratório com recurso a técnicas de construção que, mesmo aliadas à tecnologia digital, explorem os materiais naturais e as técnicas construtivas tradicionais locais.
Partimos do pressuposto que os meios digitais (computador e outras ferramentas por ele controladas) são hoje ferramentas essenciais quer na descrição quer na concretização da edificação. Os sistemas digitais têm tido enorme impacte na arquitectura quer ao nível da geração da forma, baseando-se no seu desempenho, quer ao nível do controlo e optimização da construção. Apesar disso, a sua utilização é controversa e é necessário estudarem-se os reais benefícios e eventuais perdas que o seu uso acarreta na arquitetura.
Neste laboratório pretende-se explorar a vertente deste impacte ao nível da construção procurando alternativas que permitam maior controlo, eficiência, otimização, menores desperdícios, etc.
“(…) precisamos de pensar na nossa estabilidade. Não queremos mudar. Qualquer mudança é uma ameaça para a estabilidade. Aqui está uma outra razão para que estejamos tão pouco inclinados a utilizar invenções novas. Qualquer descoberta da ciência pura é potencialmente subversiva; qualquer ciência tem de ser, às vezes, tratada como um possível inimigo. Sim, mesmo a ciência. (...)”
Aldous Huxley, Admirável Mundo Novo
Temas a desenvolver
Pretende-se explorar a ligação entre as tecnologias digitais e as tecnologias construtivas em 5 vertentes:
1. Intervenção no existente (com recurso a teorias de análise do existente como o Space Syntax);
2. Tecnologias de informação, comunicação e automação (a tecnologia doméstica – domótica; o impacte da tecnologia na cidade);
3. Simulação de projeto com base na realidade virtual/CAVE (simulação sensorial);
4. Processos generativos digitais (biomimetismo – desenhar com a natureza, NURBS; gramáticas de forma; parameterização, fabricação digital, robótica);
5. Inovação em processos construtivos (pré-fabricação customizada; fabricação digital; exploração de soluções tradicionais com base em novos processos).
Datas de entrega e fases do trabalho
Após cada fase de entrega o docente fará um comentário crítico ao trabalho para validar a continuação da investigação.
1ª fase
Análise bibliográfica sobre um dos cinco temas de investigação. Esta fase é realizada em grupo, no máximo de 4 elementos, que tenham escolhido o mesmo tema base.
A entrega deverá ser feita num documento escrito A4 com 4 capítulo: Introdução, Estado da arte, exemplos de boas práticas, e discussão. No final deverá surgir a bibliografia consultada e citada e no início um índice.
A entrega e discussão será realizada em 31Out (6 semanas para o desenvolvimento)
2ª fase
Ficha inicial da proposta
Esta fase é realizada individualmente visto que já se dirige a uma proposta de ensaio teórico.
A ficha será um documento escrito que pode também conter elementos gráficos. A estrutura da ficha é: título; resumo/abstract com cerca de 500 palavras, índice provisório da tese, bibliografia.
A entrega desta ficha será realizada no dia 12 de Dez (6 semanas para o desenvolvimento).
3ª fase
Artigo de desenvolvimento
Este documento pretende ser uma primeira abordagem mais profunda ao tema a ser desenvolvido na dissertação. Procura-se estabelecer inequivocamente o âmbito do trabalho e qual a metodologia a seguir.
Propõe-se para este artigo a seguinte estrutura: resumo, palavras-chaves, introdução, problema, metodologia proposta, desenvolvimento preliminar, conclusões preliminares.
Dependendo da qualidade dos trabalhos apresentados pretende-se que estes sejam submetidos a congressos e seminários exteriores para divulgar o trabalho e obter opiniões e a validação do mesmo. Neste contexto é possível que o artigo deva ser escrito em inglês.
A entrega deste documento será realizada no dia 27 de Fevereiro (11 semanas para o desenvolvimento).
4ª fase
Versão provisória do ensaio teórico
Este será um primeiro ensaio do documento final da dissertação e deverá seguir todas as regras deste último.
A estrutura proposta para o ensaio teórico é:
Resumo
1. Introdução
Problema
Metodologia
2. Estado da Arte
3. Proposta
Pressupostos
Solução
Fundamentação da solução
Modo de concretização
4. Conclusão
Futuras linhas de investigação
5. Bibliografia / referências
Índices
Esta enumeração não dispensa a consulta obrigatória das regras do ISCTE-IUL para realização de dissertações de 2º ciclo.
A entrega deste documento será realizada no dia 8 de Maio (10 semanas para o desenvolvimento).
5ª fase
Versão definitiva do ensaio teórico
A versão definitiva só pode ser entregue após a 4ª fase ter sido aprovada e comentada pelo docente.
A entrega deste documento será realizada no dia 3 de Julho (8 semanas para o desenvolvimento).
Bibliografia básica
Tema 1
[4] HILLIER, B.; HANSON, J. (1984): The Social Logic of Space. Cambridge: Cambridge University Press.
Tema 2
[6] CASTELLS, Manuel (2004): A Galáxia Internet. Reflexões sobre Internet, Negócios e Sociedade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
[7] ______ (2005): A era da informação: economia, sociedade e cultura. Volume I. A Sociedade em Rede. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. Serviço de Educação e Bolsas.
[8] ELOY, Sara (2012): A transformation grammar-based methodology for housing rehabilitation. Tese de Doutoramento, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Portugal.
[9] ELOY, Sara; PLÁCIDO, Isabel (2005): Novas Tecnologias da Informação e Comunicação na Habitação. Lisboa: LNEC (edição restrita)
[10] HARPER, Richard (ed.) (2003): Inside the Smart Home. Londres: Springer.
Tema 3
[13] KIRNER, Cláudio (2007) Realidade Virtual e Aumentada: Conceitos, Petrópolis – RJ, 28 de Maio de 2007, Projecto e Aplicações, ISBN 85- 7669-108- 6
[14] KIRNER, Cláudio e TORI, Romero (2006) Fundamentos e Tecnologia de Realidade Virtual e Aumentada Fundamentos de Realidade Aumentada, capítulo 2, pp 20-34
[15] LONSING, Werner. (2011) “Virtual Spaces in Urban Landscapes, Locative Exhibitions on Mobile Devices”, in Precedence and Prototypes – eCAADe 29, p. 615 – 618.
[18] SAMPAIO, Alcinia; Gomes, Ana; Gomes, Augusto (2009) “Maintenance and Inspection of Façades of Building Supported on Virtual Reality Technology”, In eCAADe 2009 proceedings, pp.332-338
[19] SUN, Ming; HOWARD, Rob (2003) Understanding I.T. in Construction. Routledge
Tema 4
[21] DUARTE, José Pinto (2007): Personalizar a habitação em série: Uma gramática discursiva para as casas da Malagueira do Siza. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
[22] GLYNN, Ruari; SHEIL, Bob (2011): Fabricate. Riverside Architectural Press
[23] GRANADEIRO, V; et.al (2010): “Sistema Integrado de projecto e construção para a provisão de habitação personalizada: o caso Haiti pós-terramoto”, in actas do 1º CIHEL, Congresso Internacional de Habitação no Espaço Lusófono, Setembro 2010, Argumentum
[24] HENSEL, Michael; MENGES, Achim; WEINSTOCK, Michael (2010): Emergent Technologies and Design: Towards a Biological Paradigm for Architecture. Routledge.
[25] IWAMOTO, Lisa (2009): Digital Fabrications: Architectural and Material Techniques. Princeton Architectural Press
[26] KOLAREVIC, Branco; KLINGER Kevin (editors) (2010): Manufacturing Material Effects: Rethinking Design and Making in Architecture. Routledge (BIB ISCTE-IUL)
[27] KNIGHT, Terry W (1999): “Applications in Architectural Design, and Education and Practice”. Report for the NSF/MIT Workshop on Shape Computation. Available at WWW: <URL: http://www.shapegrammar.org/education.pdf> (accessed on 2011-01-20)
[28] MEREDITH, Michael; Aranda-lasch; SASAKI, Mutsuro (2008): From Control to Design: Parametric/Algorithmic Architecture. Actar.
[29] MITCHELL, William J. (2008): A Lógica da Arquitectura: projeto, computação e cognição. Campinas. Brasil: Unicamp.
[30] OXMAN, N. (2010): Material-based Design Computation, MIT Press, Cambridge. (PhD thesis)
[31] PICON, Antoine (2010): Digital Culture in Architecture: An Introduction for the Design Professions. Birkhauser (ISBN: 978-3-0346-0259-4)
[32] SOUSA, José Pedro (2010): From Digital to Material: Rethinking Cork in Architecture through the use CAD/CAM Technologies, UTL – Instituto Superior Técnico. (PhD thesis) (BIB ISCTE-IUL)
[33] STINY, George (1980a): “Introduction to shape and shape grammars”, in Environment and Planning B. 7(1980): 343–351.
[34] STINY, George (1980b): “Kindergarten grammars: designing with Froebel's building gifts”, in Environment and Planning B 7(4) 409 – 462.
[35] TERZIDIS, Kostas (2006): Algorithmic Architecture. Elsevier, Architectural Press (BIB ISCTE-IUL)
Tema 5
[36] BAHAMON, A; PEREZ, P. (2008): Arquitectura mineral: analogias entre o mundo mineral e a arquitectura contemporânea. Lisboa: Dinalivro.
[37] BAHAMON, A; PEREZ, P. (2007): Arquitectura animal: analogias entre o mundo animal e a arquitectura contemporânea. Lisboa: Dinalivro.
[38] BAHAMON, A; PEREZ, P.; CAMPELLO, A. (2008): Arquitectura vegetal: analogias entre o mundo vegetal e a arquitectura contemporânea. Lisboa: Dinalivro.
[39] DUARTE, José Pinto (2007): Personalizar a habitação em série: Uma gramática discursiva para as casas da Malagueira do Siza. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
[40] KOLAREVIC, Branco; KLINGER Kevin (editors) (2010): Manufacturing Material Effects: Rethinking Design and Making in Architecture. Routledge (BIB ISCTE-IUL)
[41] WIÇCOX, W W; BOTSAI, E E; KUBLER, H. (1991): Wood as a building material. A guide for designers and builders. John Wiley & Sons, Inc. (BIB ISCTE-IUL)
[42] ZWEGER, Klaus (2000): Wood and Wood Joints. Building traditions of Europe and Japan. Birkhauser. (BIB ISCTE-IUL)
